sábado, 25 de julho de 2015

Literatura Brasileira - Romantismo

Literatura Brasileira - Romantismo

Romantismo
O Romantismo foi o primeiro movimento literário brasileiro da Era Nacional. Nosso país acabara de tornar-se politicamente independente e reivindicava uma literatura autônoma. Que refletisse nossa realidade. Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães, iniciou em 1836, o Romantismo, que encerrou em 1881. A estética romântica foi fértil  em poesia e prosa e viu nascer o teatro nacional.

Manifestações Artísticas
Na Europa, o Romantismo representou uma revolução na concepção de vida e de arte. Pregando a liberdade de criação, o predomínio do sentimento, o individualismo, insurgiu-se contra os valores clássicos: o equilíbrio, a sobriedade, a imitação da Antiguidade, o raciocínio, as convenções. A fascinação do exótico e os temas racionalistas são uma tônica na pintura. Mas a arquitetura e a pintura continuam sendo neoclássicas.
A música, marcada pelo individualismo, aproveitou as canções populares e refletiu preocupações coletivas relacionadas aos movimentos de unificação, que marcam o período. Beethoven, Lizt, Chopin, Schumann e Schubert são alguns dos expoentes desse período.
No Brasil, a pintura e a arquitetura neoclássicas dominaram o Romantismo. Debret relatou em seus quadros os costumes e personagens da época. Vitor Meireles, Almeida Júnior e Pedro Américo voltaram-se para temas históricos e mitológicos.
Na música destacaram-se Carlos Gomes, que em 1860 torna-se preparador de óperas na Imperial Academia de Música e Ópera Nacional, e Elias Álvares Lobo.

Literatura 
O Romantismo teve suas origens em final do século XVIII, na Alemanha e Inglaterra. Na Alemanha, o movimento pré-romântico Sturm und Drang (Tempestade e Ímpeto), de acentuado caráter nacionalista desencadeou o Romantismo. Goethe, com o seu Werther, romance que conta os sofrimentos amorosos de um jovem e seu suicídio, é responsável por uma onda europeia de emotividade e imitações.
Na Inglaterra, Sir Walter Scott escreveu romances históricos, uma tendencia fundamental no Romantismo, e Lord Byron é a expressão do ideal romântico: o poeta como libertador dos povos, pois além de escrever poesia ultra-romântica, participou das lutas pela independência da Grécia. Mas foi a França a responsável pela divulgação das novas ideias influenciadas em grande parte, pela teoria do bom selvagem de Jean-Jacques Rousseau, segundo a qual o homem nasce bom, mas a sociedade civilizada o corrompe.
O Romantismo inicia com a ascensão econômica e política da burguesia e expressa os sentimentos dos descontentes com as novas estruturas e relações sociais: de um lado, a nobreza que não desfruta dos mesmos privilégios e, de outro, a pequena burguesia que ainda não ascendeu.
Esse movimento foi marcado por três fatos fundamentais:
a) aparecimento de um púbico leitor, resultado de uma literatura mais popular, expressa uma linguagem mais acessível a leitores sem cultura clássica;
b) surgimento do romance como forma mais difundida e acessível de comunicação literária;
c) consolidação do teatro, que ganha novo impulso e, abolindo a rígida estrutura clássica, cria o drama.
No Brasil, o Romantismo inicia-se com Gonçalves de Magalhães, em 1836, com a publicação de Suspiros Poéticos e Saudades. Durante seu período de vigência desenvolveram-se a poesia, a prosa e o teatro.

Poesia

As Gerações Românticas
1ª Geração (nacionalista ou indianista): caracteriza-se, sobretudo, pela criação do herói nacional, pelo lirismo amoroso ou pelo paisagismo. Os principais autores são: Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias e Araújo Porto Alegre.
2ª Geração (byroniana ou mal do século): caracterizou-se pela obsessão pela morte, sentimento de tédio, pessimismo, individualismo, melancolia e morbidez. Os principais autores são: Alvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela e Junqueira Freire.
 Geração (condoreira): seu emblema foi uma poesia de caráter social, patriótica, antiescravagista, abolicionista. Seu mais importante poeta foi Castro Alves.
A presença do nacional nos motivos e na linguagem foi a característica comum às três gerações românticas.

Produção Literária
Primeira Geração
Gonçalves de Magalhães (1811-1882)
Embora sua poesia tenha pouco valor literário, o poeta foi importante porque introduziu o Romantismo no Brasil, em 1836, com Suspiros Poéticos e Saudades, obra publicada em Paris. Mais tarde, em 1857, lançou uma epopeia indianista A Confederação dos Tamoios. Escreveu, também, a peça Antônio José ou O Poeta e a Inquisição que, segundo o autor, era "a primeira tragédia escrita por um brasileiro e única de assunto nacional".
Gonçalves Dias (1823-1864)
Dias (Antônio Gonçalves) ▬ Poeta brasileiro nasceu no estado do Maranhão, a 10 de agosto de 1823. Estudou latim, francês e filosofia. Matriculou-se, em 1840, no Colégio das Artes, em Coimbra, com o objetivo de formar-se em Direito e foi em Portugal que escreveu sua famosa "Canção do Exílio". Já formado, embarcou para o Brasil, onde permaneceu durante muitos anos. Em 1847, lançou "Os Primeiros Cantos" e 1848, "Os segundos Cantos e Sextlilhas de Frei Antão". Em 1849, foi nomeado professor de latim e História do Brasil no Colégio Pedro II.
Em 1851, foram publicados os "Últimos Cantos". Em 1862, bastante enfermo embarcou para Europa. Em 1864, voltando ao Brasil no navio Ville de Boulogne, faleceu no naufrágio daquele barco, que se chocou com os recifes, nas costas do Maranhão. Gonçalves dias é o patrono da cadeira nº 15 da Academia Brasileira de Letras.

Segunda Geração
Alvares de Azevedo (1831-1852)
Azevedo (Manuel Antônio Alvares de) ▬ Poeta brasileiro nascido em São Paulo a 12 de Setembro de 1831. " Lira dos Vinte Anos" é o título da sua obra principal, deixada inédita e publicada pouco depois de sua morte em 10 de Março de 1852, no Rio de Janeiro. Escreveu ainda "A Noite na Taverna", livro de contos, e mais "Conde Lopo", um drama incompleto, aliás. Deixou também traduções e comentários bíblicos.
Junqueira Freire (1832-1855)
Sua obra lírica divide-se em religiosa, amorosa, filosófica, popular (ou sertaneja) e alguma poesia social, de tom declamatório, precursora de Castro Alves. Escreveu Inspirações do Claustro, Contradições Poéticas, Tratado de Eloquência Nacional e o drama Ambrósio.
Fagundes Varela (1841-1875)
Poeta brasileiro nasceu no Rio de Janeiro no ano de 1841 e faleceu em Niterói em 1875. Lutou pelo abolicionismo. Sua obra poética é da mais alta importância. Pertenceu à terceira geração romântica, e sua obra ocupa lugar de grande importância no lirismo brasileiro. A tônica temática  de sua poesia é o contraste entre a cidade e o sertão, sociedade e o bucolismo, entre a solidão em meio à paisagem e a necessidade do convívio social. Escreveu: "Anchieta" ou o "Evangelho de Selvas", "Cântigo do Calvário", "O Estudante Alviverde", e "Vozes da América".
Casimiro de Abreu (1839-1860)
Abreu (Casimiro de) ▬ Poeta brasileiro, Casimiro José Marques de Abreu nasceu em Barra de São João, no estado do Rio de Janeiro, em 4 de Janeiro de 1839. Poeta de grande inspiração, seus versos são ainda hoje apreciados, lidos com admiração. "As Primaveras", sua coletânea do poema, ainda continua agradando ao grande público, e as edições se sucedendo. Faleceu a 19 de outubro de 1860.

Terceira Geração 
Castro Alves (1847-1871)  
Alvares (Antônio Frederico Castro)  ▬ Nasceu na Fazenda Cabeceiras, freguesia de Muritiba, no estado da Bahia, a 14 de Março de 1847. É considerado um dos maiores poetas brasileiros. Em 1863, começou a participar da campanha abolicionista, escrevendo em um jornal acadêmico seus primeiros versos em defesa da abolição da escravatura: "A Canção do Vaticano". Castro Alves participou ativamente das inquietações de espírito, da agitação poética e patriótica e das lutas liberais que empolgavam a sua geração. Em 1868 transferiu-se do Rio de Janeiro para São Paulo, onde ao lado de Rui Barbosa, Joaquim Nabuco, Carlos Ferreira e outros, continuou sua campanha abolicionista, declamando seus poemas antiescravagistas em praça pública. Cursou a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco em São Paulo. Não chegando, entretanto, a terminar seus estudos, devido a sua saúde precária, fruto da vida irregular que levava. Foi acometido de tuberculose. Um acidente ocorrido em uma calçada acabou por consumi-lo. A 6 de Julho de 1871, faleceu em Salvador, com a idade de 24 anos. Deixou vasta bagagem literária, entre artigos, poesias, etc. Escreveu: "A Cachoeira de Santo Afonso", "A Revolução de Minas" ou "Gonzaga", drama e o livro "Espumas Flutuantes".
Sousândrade (1833-1902)
O maranhense Sousândrade foi um poeta originalíssimo para sua época, por isso morreu quase desconhecido. Seu estilo ousado, baseado em efeitos sonoros inusitados, plurilinguismo, produção sintática inovadora, revela-se em Obras Poéticas, Harpa Selvagem e Guesa Errante. O poeta que viveu muitos anos nos Estados Unidos, conheceu um mundo totalmente diferente da realidade brasileira, grandes concentrações urbanas, capitalismo (feroz e competitivo) em ascensão, que transportou para seu livro Guesa Errante.
Nesse livro, retomando uma lenda quíchua, o autor narra o sacrifício de um adolescente indígena cujo coração é extraído pelos sacerdotes e seu sangue é recolhido em vasos sagrados. A novidade é que os sacerdotes estão disfarçados de empresários e especuladores de Wall Street, em Nova York, onde Guesa refugiou-se. Sousândrade só foi redescoberto recentemente pelos críticos de vanguarda.

Ficção
A formação de um público leitor que buscava distração, entretenimento, estimulou o aparecimento da prosa literária romântica. A esse público, composto por moços e moças das classes mais altas, profissionais liberais e pessoas da aristocracia rural, agradavam o enredo cheio de peripécias, a descrição da paisagem nacional, o final feliz.
A primeira tentativa de romance, no Brasil, foi O Filho de Pescador, de Teixeira de Sousa, publicado em 1843, uma obra de valor secundário, simples imitação de folhetins estrangeiros de segunda categoria.
Em 1844, Joaquim Manuel de Macedo inaugurou o romance brasileiro com A Moreninha, livro que teve maior receptividade do público em função da trama e da linguagem acessível. Floresceram no Romantismo vários tipos de romance, segundo a temática e o ambiente:
a) urbano: focaliza a situação da burguesia que habita a Corte (a cidade do Rio de Janeiro), apresentando conflitos sentimentais;
b) indianista: descreve costumes e tradições do índio brasileiro e o contato com o colonizador. Esse tipo de romance reflete o caráter nacionalista da literatura da época (como o Brasil não teve Idade Média, o indianismo foi a saída para a criação do herói nacional);
c) regionalista: espelha a realidade (sempre idealizada) de diferentes regiões do Brasil;
d) histórico: relata fatos de nosso passado colonial.

Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882)
Macedo (Joaquim Manuel de) ▬ Romancista, poeta e jornalista brasileiro, nasceu em 1820 e faleceu no Rio de Janeiro em 1882. Pode ser considerado um dos pioneiros do Romance no Brasil. Seu primeiro romance "A Moreninha", lançado em 1844, até hoje é sucesso. Macedo sempre gozou de grande popularidade devido ao teatro e aos seus romances. Produziu muito. Foi médico e professor e foi várias vezes eleito deputado à Assembleia Provincial e deputado federal. Além de "A Moreninha" e outro romance "O Forasteiro", Macedo escreveu: "O Moço Louro", 1845; "Os Dois Amores", 1848; O Culto do Dever", 1865; "A Namoradeira", 1870; e outras obras. É o patrono da cadeira nº 20 da Academia Brasileira de Letras.
José de Alencar (1829-1877)
Alencar (José Martiniano de) ▬ Nasceu no Ceará no dia 1º de Março de 1829. Foi bacharel em Direto, jornalista, professor, crítico, teatrólogo e poeta. Escreveu sob o pseudônimo de IG, em 1856, as "Cartas sobre a Confederação dos Tamoios". É considerado o fundador do romance brasileiro, já que foi o primeiro a dar um verdadeiro estilo literário. Sua obra está repleta de um nacionalismo vibrante, toda ela escrita na tentativa de nacionalismo puro, numa técnica nova, muito brasileira. Publicou: " O Guarani", "Iracema", "Ubirajara", "As Minas de Prata" "O Garatujá", "O Ermitão da Glória",  'Lucíola" "A Pata da Gazela", "O Gaúcho", "O Tronco de Ipê", "O Sertanejo" e muitos outros, José de Alencar faleceu em 1877.
Bernardo Guimarães (1825-1884)
Guimarães (Bernardo Joaquim da Silva) ▬ Jornalista, professor, crítico e poeta, nasceu em Ouro Preto, Minas Gerais, no ano de 1825. Formado em Direito pela Faculdade de Direito de São Paulo, em 1852, viveu a atmosfera romântica de sua época. Estreou na literatura com um livro de versos "Contos da Solidão", em 1852, ao qual se seguiram "Poesias", "Folhas de Outono" e "Novas Poesias". Bernardo Guimarães foi um dos iniciadores do regionalismo romântico com a publicação de "O Ermitão de Muquém", lançado em 1869. Abrangendo o tema da escravidão, escreveu ainda "Escrava Isaura" e ainda "O Garimpeiro", e "O Seminarista". Bernardo Guimarães morreu em 1884.
Visconde de Taunay (1843-1899)
Taunay (Alfredo d'Escragnolle, Visconde de) ▬ Nasceu no Rio de Janeiro a 22 de Fevereiro de 1843. Em 1859, iniciou o curso de Ciência, Física e Matemática da escola militar, onde em 1862, foi promovido a alferes-aluno e em 1864 a segundo-tenente de artilharia. Taunay incorporou-se à coluna expedicionária como membro da comissão de engenheiros. Essa coluna tinha por missão expulsar de Mato Grosso os paraguaios que ali se encontravam. Voltando para o Rio, foi convidado pelo conde D'Eu para secretariar seu Estado-Maior. Assistiu a todas as batalhas travadas nos campos de guerra inimigos, onde se provou a bravura dos brasileiros e testemunhou o desfecho da luta contra o ditador Solano Lópes. Taunay foi um homem de atividades as mais variadas - politico, professor, engenheiro, escritor ("A Inocência", "A Retirada de Laguna", etc.). Foi um dos primeiros membros da Academia Brasileira de Letras. Faleceu no Rio de Janeiro em 25 de Janeiro de 1899.        
Franklin Távora (1842-1888)
Um dos fundadores do regionalismo, retratou figuras típicas do nordeste, o vaqueiro, o mulato, o cangaceiro. Lutou pela criação da "Literatura do Norte". Em sua obra mais conhecida, O Cabeleira, retratou um famoso cangaceiro.
Manuel Antônio de Almeida (1831-1861)
Em seu único livro, Memórias de um Sargento de Milícias, primeiramente publicado em folhetins, o autor faz romance de costumes, retratando tipos e costumes próprios do Rio de Janeiro da época de D. João VI. O romance possui fraca unidade, centralizada na figura de Leonardo, filho do meirinho Leonardo Pataca e de Maria da Hortaliça. Abandonado pelos pais por suas traquinagens e atitudes escandalosas. Leonardinho foi educado pelo padrinho (o barbeiro) e pela madrinha (a parteira). Todas essas personagens envolveram-se em acontecimentos pitorescos, numa sequência que prende a atenção pelo tom de crônica e pela linguagem adequada aos tipos ambientes e costumes da época.
Manuel Antônio de Almeida chega a ser um precursor do Realismo, pois sua maior preocupação não está em realizar um romance de acordo com as regras do gênero, senão em trazer a cor local, com toda a sua autenticidade, retratada com malícia, humor e sátira. O protagonista é o primeiro herói malandro, anti-herói ou herói pitoresco da literatura brasileira. No entanto, comprovando a tese romântica do primeiro amor, Leonardinho regenera-se ao final, entra para as milícias como sargento e casa-se com Luisinha.

Teatro
O Romantismo assistiu à implantação do teatro nacional. Se Gonçalves de Magalhães, em 1838, com a peça Antônio José ou O Poeta e a Inquisição, inaugurou o teatro brasileiro, coube a Martins Pena sua consolidação. É necessário salientar-se, nesse período, o importante papel desempenhado por João Caetano, o primeiro grande ator brasileiro.

Martins Pena (1815-1848)
Criador da comédia nacional com O Juiz de Paz na Roça, em suas obras Martins Pena retrata, de forma irônico humorística, numa linguagem simples e cotidiana, os costumes da cidade e do campo:
- o brasileiro do campo, sua ingenuidade e fala simples;
- a classe média e seus casamentos interesseiros, visando à ascensão social;
- moças casadouras;
- velhas solteironas;
- contrabandistas de escravos;
- comerciantes inescrupulosos.

O Romantismo no Brasil (1836-1881)
Contexto Histórico-Social
O Romantismo começa no Brasil em 1836, com a publicação de Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães. Aparecem também, nessa época a revista Niterói ▬ Revista Brasiliense, com ideias românticas, de Gonçalves de Magalhães, Porto Alegre e Torres Homem.
Pode-se perceber a proximidade do início do Romantismo no Brasil com a proclamação de sua independência, ocorrida em 1822. Nesse momento de afirmação da nacionalidade, o movimento romântico brasileiro expressou os propósitos de valorizar o passado histórico do país.
O Romantismo no Brasil estendeu-se até 1881, quando surge O Mulato, de Aluísio Azevedo, assinalando o predomínio das ideias realistas e naturalistas. Durante todo esse período, conflitos e tensões caracterizaram a situação política do país.
São conhecidas as crises relacionadas com a abdicação de D. Pedro I e as Regências, a Sabinada (1837-1838), a Balaiada (1838-1841), a Revolução Farroupilha (1835-1845), a Revolução Praieira, em Pernambuco (1848), a Guerra do Paraguai (1865-1870), etc.
Durante esse período de quase meio século, dominaram nas letras brasileiras: o eu; o sentimentalismo; o nacionalismo; o indianismo; o liberalismo.

As Tendências do Romantismo no Brasil
• O indianismo e o nacionalismo: valorização do índio, de nossa flora e fauna. 
O regionalismo (ou sertanismo), que aborda o nosso homem do interior, caracterizando a região em que ele vive, com seu folclore, seus costumes.
• Chamado mal do século, ou byronismo, marcado pela melancolia, tristeza, sentimento de morte, pessimismo, cansaço da vida.
A realidade política e social (o abolicionismo, as lutas humanitárias, sentimentos liberais, o poder agrário, a corrupção).
• Os problemas urbanos, surgidos com o relacionamento indústria-operário.

Romantismo na Poesia
Três gerações de poetas sucederam-se ao longo do Romantismo no Brasil.

 Geração 
Obras de temática religiosa e mística.
• Gonçalves de Magalhães
• Gonçalves Dias

2ª Geração (ultra-romântica)
Obras que revelam acentuado individualismo e subjetivismo. É a poesia da dúvida, da desilusão, do negativismo diante da vida (mal do século).
Poetas desta fase:
• Álvares de Azevedo
• Casimiro de Abreu
• Junqueira Freire   
• Fagundes Varela

3ª Geração (Condoreira)
A poesia condoreira busca palavras de sentido vasto e elevado, de imensidão e infinito. Temas de natureza social, como o abolicionismo, inspiram seus autores, com destaque para Castro Alves.

Ficção
A prosa romântica foi constituída principalmente pelo romance.
a) Romance indianista, sobressaindo a obra de José de Alencar
b) Romance urbano. Ambientado na Corte do Rio de Janeiro, constitui um registro da moral e dos costumes da sociedade brasileira do Segundo Império.
Autores representativos:
• José de Alencar
• Joaquim Manuel Macedo
• Manuel Antônio de Almeida
c) Romance Regionalista. Retrata os costumes, as crenças, a linguagem e a geografia das diversas regiões do país.
Autores:
• José de Alencar
• Bernardo Guimarães
Franklin Távora
Visconde de Taunay
d) Romance Histórico. Bandeirantes e aventureiros destacam-se na constituição imaginosa de nosso passado histórico, como faz José de Alencar.

Teatro
Tragédias, dramas, e comédias de costumes integram a produção teatral do período romântico, representada por:
• Martins Pena
José de Alencar
• Gonçalves Dias
• Gonçalves de Magalhães

Gonçalves de Magalhães
Domingos José Gonçalves de Magalhães nasceu no Rio de Janeiro, em 1811, e faleceu em Roma, em 1882.
Sua obra tem mais valor histórico que literário.

Romantismo (1836-1881)
Os preceitos do Romantismo estão ligados à Revolução Francesa (1789) e a ascensão da burguesia e seus ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Nesse período há uma valorização da individualidade e da sensibilidade do artista, que seguia seu coração, o seu emocional. O Romantismo rebatia o Arcadismo e rompe com toda a tradição helênica, que valorizava a razão, a contenção, o equilíbrio, em oposição ao sentimentalismo, o exagero, ama busca pela espiritualidade.
Para o artista clássico, a arte deveria ser imitação dos modelos greco-latinos, enquanto no romantismo, havia uma busca pela originalidade, a valorização da emoção, inspiração e intuição do artista. Os artistas românticos conseguiram aproximar bem a arte e suas próprias experiências pessoais. Para auxiliar na busca pela inspiração, alguns artistas usavam drogas ou álcool, vivendo intensamente cada momento, encontrando no suicídio e na morte a solução para as angústias da vida. Outros artistas por outro lado, envolviam-se com causas sociais, como a escravidão.
A arte clássica, por apreciar a razão e a claridade, era chamada de "diurna", enquanto a arte romântica por apreciar o desconhecido, a escuridão, a morte, o conflito, era chamada de "noturna". Pela sua liberdade de expressão e busca pela originalidade, o Romantismo é considerado um período de união dos contrastes: conseguiu aliar o belo ao grotesco harmoniosamente.
O Romantismo no Brasil se iniciou com a publicação de Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães, em 1836.
Após a independência política, em 1822, há aqui também a ascensão de uma burguesia, a transformação do Rio de Janeiro em uma grande capital e, logo a intelectualidade nacional começaria a vazar mais as suas raízes, a sua cultura, a sua história e a sua própria língua. A literatura desse período, inicialmente, assume uma postura antilusitana e anticolonialista, surgindo assim com vários temas que resgatam as nossas origens e a nossa individualidade: o indianismo, o regionalismo, o folclore e o nosso passado pré-cabralino. Há um projeto de valorização da pátria e da nossa identidade nacional.
No geral, o Romantismo tem as seguintes características: idealização, subjetividade, sentimentalismo, egocentrismo, religiosidade, evasão, pessimismo e melancolia (chamado por alguns de mal-do-século), valorização do índio, nacionalismo, das lutas sociais e de liberdade (condoreirismo), gosto pela vida boêmia e noturna (byronismo) e obsessão pela morte.
Por ser abrangente, o Romantismo é dividido da seguinte maneira:

Poesia
É divida em três gerações:
1ª geração - indianista e nacionalista - valoriza o nosso país e vê o índio como símbolo de honra e herói nacional. Autores: Gonçalves Dias e Gonçalves de Magalhães.
2ª geração - byroniana ou mal-do-século - inspirada em byron, pessimista, gosto pela noite  e pela morte. Autores: Álvares de Azevedo, Fagundes Varela, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire.
3ª geração - condoreira ou hugoana - usa a figura do condor como símbolo da liberdade e tem inspiração no autor francês. Voltada para as causas sociais como a abolição da escravatura. Autores: Castro Alves e Sausândrade.

Prosa
Era muito comum a publicação dos romances de folhetim, obras publicadas em capítulos todas as semanas nos jornais da época. Fizeram grande sucesso entre a burguesia, equivalente as novelas de hoje (embora essas atinjam  as classes sociais mais baixas), com uma estrutura simples, mas que, com seus conflitos e estratégias, conseguiam prender a atenção do leitor. Escritores como José de Alencar, Joaquim Manuel de Macedo, entre outros, fizeram muito sucesso com  gênero e tiveram seus textos publicados primeiramente em folhetins de jornal para posteriormente serem lançados reunidos em livros, em forma de romance. Há também outros tipos de romances como:
Romance Urbano - que criticava os costumes da sociedade burguesa. Exemplo: A moreninha (Joaquim Manuel de Macedo); Memórias de  Um Sargento de Milícias (Manuel Antônio de Almeida).
Romance Indianista - sempre ligado as histórias de uma tribo no período antes da chegada dos portugueses ao Brasil ou relata o contato do índio com o branco, após a colonização. Exemplos: O Guarani, Iracema, Ubirajara (todas as obras de José de Alencar).
Romance Regionalista - obras que caracterizam ou descrevem as hábitos culturais de uma determinada região. Exemplos: Inocência (Visconde de Taunay); O Seminarista (Bernardo de Guimarães); O Gaúcho (José de Alencar).
Romance Histórico - obras como um fato histórico como pano de fundo. Exemplos: A Guerra dos Mascates; As minas de prata (José de Alencar).  

 José de Alencar, sem dúvida um dos mais importantes romancista brasileiros.

 Gonçalves de Magalhães, com sua poesia Suspiros Poéticos e Saudades, ele inaugura o Romantismo brasileiro, em 1836.



Referências→ Escola Viva, Programa de Pesquisa e Apoio Escolar, O Tesouro do Estudante, Multimídia Multicolor 2003, Nível Fundamental e Médio, Ensino Global.
Sistema de Ensino IBEP. Apostila Língua Portuguesa. Antônio de Siqueira e Silva• Rafael Bertolin
Pontes, Marta. Minimanual de Redação e Literatura / Marta Pontes. - São Paulo: DCL, 2010.   
  

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