Literatura Portuguesa - Modernismo
A arte do século XX decretou o fim da forma tradicional de representação renascentista. Guernica constitui o protesto de Pablo Picasso contra o bombardeio a essa cidade basca pelos alemães.
Momentos e Autores
a)Primeiro momento: geração da revista Orpheu (1915-1927), introdução de novos padrões artísticos, predomínio da poesia: Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro, Florbela Espanca, Aquilino Ribeiro.
b) Segundo momento: geração da revista Presença (1927-1940), continuação das ideias da geração anterior, acrescidas de introspeção e análise interior: José Régio, Miguel Torga, Adolfo Casais Monteiro.
c) Terceiro momento: Neo-Realismo (1940-1947), literatura de denúncia social: Alves Redol, Fenando Namora e Virgílio Ferreira.
d) Quarto momento: Surrealismo (1947-1960) - Valorização do inconsciente e do sonho, ruptura com a condenação lógica de ideias: Mário Cesariny Vasconcelos e José Augusto França.
e) Atualidade: (1960- ) - poesia: ecletismo e influências pessoais; prosa: permanência do Neo-Realismo e prosa intimista. Heberto Helder, Antônio Gedeão, David Mourão-Ferreira, Sophia de Melo Breyner Andresen, Eugênio de Andrade, Augustina Bessa-Luís e José Saramago.
Contexto Histórico
O progresso industrial e os avanço técnico-científicos de final do século XIX e início do XX, invenção do telégrafo, do telefone, do cinema, do avião, da lâmpada, do automóvel, abrem novas perspectivas para a comunicação e produzem na sociedade um estado de intensa euforia. O burguês que viver, bem e confortavelmente, o momento presente. Este é o período da belle époque.
No entanto, esse clima de euforia termina com a eclosão da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Essa guerra assistiu ao surgimento de uma nova era: a contemporaneidade, que se caracterizou pela industrialização (com base na eletricidade, no petróleo e no aço); pelo aparecimento de uma nova potência internacional, os Estados Unidos da América; pelo acirramento das rivalidades internacionais.
Com a revolução russa, de 1917, a classe operária, que sempre fora marginalizada, tomou o poder. Começam então a delinear-se, na década de 20, dois regimes antagônicos: o comunismo e o capitalismo.
A Europa, esfacelada, enfrentava uma séria crise, com algumas monarquias chegando ao fim e com o aparecimento de governos totalitários e anticomunistas na Alemanha (Hitler), na Itália (Mussolini), na Espanha (General Franco) e em Portugal (Salazar). Enquanto isso os Estados Unidos viviam uma fase de otimismo só interrompida pelo crack (quebra) da Bolsa de Nova York, em 1929, que gerou uma gigantesca onda de desemprego em todo o mundo.
A partir da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), houve uma reorganização geopolítica mundial. Os Estados Unidos e a União Soviética firmaram-se como superpotências rivais e instalou-se a Guerra Fria, um confronto entre o bloco socialista e o capitalista sem guerra declarada. Essa guerra termina quando Mikhail Gorbatchov é eleito presidente da União Soviética, em 1988. Sacudida por conflitos separatistas, em 1991, a URSS deixa de existir, sendo substituída pela Comunidade dos Estados Independentes (CEI).
O século XX foi, também o da conquista espacial e da Terceira Revolução Industrial, caracterizada pelos grandes complexos industriais, empresas multinacionais e pelos avanços da informática.
Vanguarda Europeia
O início do século XX reuniu todas as condições para o aparecimento de várias tendências artístico-culturais às quais se deu o nome de vanguarda europeia: Futurismo, Expressionismo, Cubismo, Dadaísmo e Surrealismo.
Futurismo
Movimento estético lançado por Marinetti em 1909, o Futurismo valorizava o futuro, exaltava a vida moderna, cultuava a máquina e a velocidade e pregava a destruição do passado.
Agressivo, encarava a guerra como uma forma de higienizar o mundo e identificava-se como o fascismo nascente. Literariamente defendia a liberdade de expressão e a destruição da sintaxe, dos conectivos e da pontuação, substituindo-a por símbolos matemáticos e musicais.
Exigia também, o compromisso da literatura com a nova civilização técnica. Esta foi a estética que mais valorizou o primeiro momento do Modernismo português.
Expressionismo
Contemporâneo do Futurismo e do Cubismo, o Expressionismo foi um movimento iniciado na Alemanha inspirado em Van Gogh, que se caracterizou pela expressão patética de intensas emoções da vida interior (medo, terror, sobressalto, solidão). Suas principais características são: distanciamento da pintura acadêmica, resgate da arte primitiva e uso aleatório das cores intensas.
Cubismo
O Cubismo, resultado de experiências do espanhol Pablo Picasso e do francês Georges Braque em pintura, surgiu em Paris em 1907. Rompendo com a perspectiva, os artistas eliminaram a noção tridimensional e mostraram, monocromaticamente, vários ângulos da figura ao mesmo tempo. Retrataram sempre figuras geométricas que estruturavam todos os objetos representados.
Em literatura, o expoente foi o francês Apollinaire, que reproduziu na poesia os mesmos aspectos das telas de Braque e Picasso: rompeu com o verso tradicional e trabalhou com o espaço branco da folha, prenunciando o Concretismo.
Dadaísmo
O Dadaísmo, fundado na Suíça em 1916 por Tristan Tzara, foi o mais radical movimento da vanguarda. Anarquista, pretendeu destruir todas as formas de artes institucionalizada. Os dadaístas consideravam o processo de criação, guiado pela causalidade e pelo automatismo psíquico, mais importante do que a obra de arte final. Em literatura, aboliram a lógica e a coerência, afirmando que "a melhor técnica é a ausência de técnica".
Surrealismo
Este é o último movimento da vanguarda europeia. Em 1924, André Breton lançou o Manifesto Surrealista em Paris, no entanto, só em 1947 o Surrealismo produz frutos em Portugal. Influenciado pelas teorias de Freud, o Surrealismo enfatizava o papel do inconsciente na atividade artística. Suas características são: liberação do inconsciente, sondagem do mundo interior, valorização do sonho, busca do homem primitivo, ainda não corrompido pela sociedade. Na tentativa da descoberta desse homem, muitas vezes recorriam à magia, ao ocultismo, à alquimia medieval. Observe esses elementos em A Tentação de Santo Antônio de Salvador Dali, um dos mais importantes representantes do Surrealismo.
Teixeira de Pascoaes (1877-1952)
Esse era o pseudônimo de Joaquim Teixeira de Vasconcelos, poeta que estabeleceu as bases de uma filosofia autenticamente lusitana, o Saudosismo, com a qual começou, a rigor, o Modernismo português. Nacionalismo arraigado e visionário e esperança messiânica são a tônica de sua poesia, em que fazem sentir as influências de Antero e João de Deus.
Mário de Sá Carneiro (1890-1916)
Mário de Sá Carneiro ao lado de Fernando Pessoa e Almada Negreiros entre outros, fundou a revista Orpheu. Ele financiou seus dois únicos números. Nele vida e obra confundem-se. Em ambas há o sentimento de inadaptação ao mundo, que se revela pela desintegração do "eu". Em prosa, Sá Carneiro escreveu Princípio, Céu em fogo, A Comissão de Lúcio; em poesia, Dispersão e Indícios de Ouro. O poeta suicidou-se em Paris.
Em literatura, o expoente foi o francês Apollinaire, que reproduziu na poesia os mesmos aspectos das telas de Braque e Picasso: rompeu com o verso tradicional e trabalhou com o espaço branco da folha, prenunciando o Concretismo.
Dadaísmo
O Dadaísmo, fundado na Suíça em 1916 por Tristan Tzara, foi o mais radical movimento da vanguarda. Anarquista, pretendeu destruir todas as formas de artes institucionalizada. Os dadaístas consideravam o processo de criação, guiado pela causalidade e pelo automatismo psíquico, mais importante do que a obra de arte final. Em literatura, aboliram a lógica e a coerência, afirmando que "a melhor técnica é a ausência de técnica".
Surrealismo
Este é o último movimento da vanguarda europeia. Em 1924, André Breton lançou o Manifesto Surrealista em Paris, no entanto, só em 1947 o Surrealismo produz frutos em Portugal. Influenciado pelas teorias de Freud, o Surrealismo enfatizava o papel do inconsciente na atividade artística. Suas características são: liberação do inconsciente, sondagem do mundo interior, valorização do sonho, busca do homem primitivo, ainda não corrompido pela sociedade. Na tentativa da descoberta desse homem, muitas vezes recorriam à magia, ao ocultismo, à alquimia medieval. Observe esses elementos em A Tentação de Santo Antônio de Salvador Dali, um dos mais importantes representantes do Surrealismo.
Teixeira de Pascoaes (1877-1952)
Esse era o pseudônimo de Joaquim Teixeira de Vasconcelos, poeta que estabeleceu as bases de uma filosofia autenticamente lusitana, o Saudosismo, com a qual começou, a rigor, o Modernismo português. Nacionalismo arraigado e visionário e esperança messiânica são a tônica de sua poesia, em que fazem sentir as influências de Antero e João de Deus.
Mário de Sá Carneiro (1890-1916)
Mário de Sá Carneiro ao lado de Fernando Pessoa e Almada Negreiros entre outros, fundou a revista Orpheu. Ele financiou seus dois únicos números. Nele vida e obra confundem-se. Em ambas há o sentimento de inadaptação ao mundo, que se revela pela desintegração do "eu". Em prosa, Sá Carneiro escreveu Princípio, Céu em fogo, A Comissão de Lúcio; em poesia, Dispersão e Indícios de Ouro. O poeta suicidou-se em Paris.
Fernando Pessoa (1888-1935)
Órfão aos cinco anos, Fernando Pessoa foi levado pela mãe e pelo padrasto para a África do Sul, onde estudou até 1905, quando retornou a Portugal. Colaborou na revista A Águia, fundou e foi diretor da Orpheu. Só uma de suas obras em Português, foi publicada em vida: Mensagem, ganhadora do segundo prêmio num concurso oficial de poesia, em 1934.
Fernando Pessoa é a figura mais importante do Modernismo em função da obra, peculiaríssima, na qual se desdobra em três heterônimos principais: Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos, além de escrever como Fernando Pessoa. Já se disse que sua obra se corresponde a uma literatura inteira, pois cada um dos heterônimos têm um estilo e uma atitude que os distinguem.
Florbela Espanca (1894-1930)
É considerada a mais importante poetisa do Modernismo. Sua poesia revela uma delicada trabalhadora do verso e uma sensualista, pelo erotismo, pela exaltação dos sentimentos e dos prazeres, pelo mergulho na paixão. Suas principais obras são: Livro de Mágoas, Livro de Sóror Saudade, Charneca em Flor.
Aquilino Ribeiro (1885-1963)
Destaca-se pela pesquisa estilística, nele as palavras servem menos para significar do que para impressionar. O melhor de sua obra está na novela "O Malhadinhas", que faz parte do livro Estrada de Santiago. Em seus romances defendeu o homem rústico sempre oprimido, por isso abriu espaço para o Neo-Realismo que se iniciaria em 1940.
José Régio (1901-1940)
Esse é o pseudônimo literário de José Maria dos Reis Pereira, um dos fundadores da revista Presença. O centro de sua obra, sobretudo a poética, é o conflito entre o bem e o mal. Deus e o Diabo, o relativo e o absoluto. Em O jogo da cabra-cega, seu romance mais importante, a audácia de suas cenas erótico sacrílegas fez com que o livro fosse tirado de circulação em sua primeira edição.
O Neo-Realismo
Insurgindo-se contra o "psicologismo" da geração presencista, os neo-realistas fizeram uma literatura voltada para o exterior, para a denúncia social. A Guerra Civil espanhola, o advento do nazismo, a crise econômica mundial e a repressão portuguesa ao sindicalismo contribuíram para o engajamento dos escritores neo-realistas. Eles foram influenciados pela literatura norte-americana da época e pelos escritores regionalistas brasileiros (José Luís do Rego, Graciliano Ramos e Rachel de Queiroz). A obra introdutora da nova tendência foi o romance Gaibéus, de Alves Redol. No entanto, os romances A Selva e Emigrantes, de Ferreira de Castro, ambos ambientados na selva amazônica onde o autor trabalhara como seringueiro, já havia prenunciado na década de 30, o Neo-Realismo.
Antônio Alves Redol (1911-1969)
Introduziu o Neo-Realismo com um romance que conta a vida injustiçada e sofrida dos Gaibéus, modestos camponeses do Ribatejo.
Fernando Namora (1919-1989)
Também fez crítica social, mas tendeu para um realismo psicológico, para a análise comportamental das personagens. Seu romance mais importante é o homem disfarçado.
Vergílio Ferreira (1916-1996)
Mesclou, em sua obra, Neo-Realismo com preocupações metafísicas. Escreveu Manhã Submersa e Aparição, entre outras obras.
O Surrealismo
Em 1947, apareceram grupos que se insurgiram contra os neo-realistas e recolocaram o eu profundo do artista em primeiro plano: os surrealistas. Eles produziram poesia que revela, por maio da linguagem automática, um mundo inconsciente e onírico. Em 1949, ralizou-se em Lisboa a Exposição Surrelista, que reuniu pintores, poetas e intelectuais (influenciados pelas teorias de André Breton, líder do Surrealismo francês) e que escandalizou a sociedade burguesa.
Atualidade
Na poesia, predomina o ecletismo (poesia espiritual e poesia de caráter social) ao lado de influências pessoanas.
Destacam-se Herberto Helder, Antônio Gedeão, David Mourão Ferreira, Sophia de Melo Breyner Andresen e Eugênio de Andrade.
Na prosa, a influência do Neo-Realismo alterna-se com a prosa intimista. Nela sobressaem:
a) Augustina Bessa Luís: após a publicação de A Sibila, tem sido considerada o segundo milagre do século XX depois de Fernando Pessoa, tal a contribuição original que deu a obra portuguesa. Em seus romances, as personagens se reduzem a símbolos mitológicos e tempos e espaços interseccionam-se;
b) José Saramago: escreveu romances históricos fantásticos-realistas em que, num tom oral, usa a paródia, um fraseado continuamente irônico e pontuação personalíssima. A intertextualidade está presente quando dialoga com outros textos da literatura ou personagens de outras obras. Algumas de suas obras são: O Memorial do Convento, O Ano da Morte de Ricardo Reis e História do Cerco de Lisboa.
O Modernismo em Portugal
CONTEXTO HISTÓRICO-SOCIAL
No começo do século XX, o progresso tecnológico, as disputas das grandes potências por mercados de consumo, os movimentos políticos nacionalistas e a Primeira Guerra Mundial provocaram profundas transformações na sociedade europeia, atingindo, como não poderia deixar de ser, as artes em geral e a aneira de se olhar o novo cenário que se impunha. Surgem então, na Europa, várias manifestações artísticas, sob a dominação genérica da corrente de vanguarda. Esses diferentes movimentos tinham ▬ além do ismo em seus nomes ▬ posições comuns em relação às artes: liberdade, interpretação pessoal da realidade, rebeldia, ilogicidade, busca de novas formas de expressão, etc.
O Modernismo em Portugal
O marco inicial do Modernismo em Portugal foi a publicação, em 1915, da revista Orpheu, que reunia, entre outros, Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro e Almada Negreiros. A sociedade portuguesa vivia uma situação de crise aguda e desagregação de valores. Os modernistas portugueses respondem a esse momento, agredindo o sistema com escândalo e sarcasmo.
Fernando Pessoa (1888-1935)
Fernando Antônio Nogueira de Seabra Pessoa nasceu em Lisboa, em 1888.
Foi um dos maiores escritores de Portugal e um dos mais fascinantes poetas de todos os tempos.
Seus temas são frequentementes marcados pelo idealismo, ceticismo, tristeza, melancolia, tédio. Entretanto, um dos aspectos mais marcantes deste poeta são seus heterônimos, isto é, outros poetas que ele criou, como se existissem verdadeiramente.
Seus principais heterônimos são: Alberto Caieiro, Ricardo Reis, Álvaro de Campos. Fernando Pessoa, no entanto, continuou "existindo" como Fernando Pessoa ele-mesmo ou Fernando Pessoa ortônimo.
Obras: Cancioneiro, Quadras ao gosto popular, e sua importante obra poética Mensagem (inicialmente chamada Portugal) em que retoma de forma nacionalista e saudosista, a história de Portugal.
Alberto Caeiro
Teria nascido em Lisboa, em 1889 e ai morrido, em 1915 de tuberculose. Só teria recebido a instrução primária. Era um homem simples, ingênuo. Preocupava-se apenas com o cotidiano, as coisas concretas e com aquilo que conseguia perceber pelos sentidos.
Daí a simplicidade de seu vocabulário e de sua linguagem.
Ricardo Reis
Ricardo Reis teria nascido na cidade de Porto, em 1887 e estudado em escola religiosa, diplomando-se em medicina. Morou uns tempos no Brasil. Era monarquista e estudioso do latim e do grego, o que contribuiu para sua formação clássica.
Álvaro de Campos
Álvaro de Campos teria nascido em Tavira em 1890.
Apresenta-se como um poeta futurista, sensualista, que canta a "fúria e as vertingens da civilização mecânica", as fábricas, as técnicas, as máquinas, a velocidade. Socialmente desajustado, vive à margem das convenções e regras sociais.
Agora, conheça um célebre poema de Fernando Pessoa: (Alberto Caeiro)
O Rio da Minha Aldeia
O tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o tejo não é mais belo do que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que veem tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia.
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso, poque pertence a menos gente,
É mais livre e menos o rio da minha aldeia.
Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.
Alberto Caeiro. In: Fernando Pessoa. Obra Poética. Nova Aguilar.
Modernismo (1915 - até hoje)
O Modernismo português iniciou-se com a publicação, em 1915, da revista Orpheu, organizada por Mário de Sá Carneiro e Fernando Pessoa. A intensão dessa revista era questionar os valores burgueses, relacionar a poesia e propagar uma nova arte. O Modernismo em Português é subdividido em algumas fases:
1915-1927: influências futuristas propostas pela revista "Orpheu".
1927-1940: Influencias da revista "Presença", que continuava as propostas da Orpheu.
1940-1947: Neo-Realismo, literatura socialmente engajada.
1947-1974: literatura influenciada pelo surrealismo.
1974 até hoje: contemporâneo, após o período salazariano, dando destaque à prosa.
Autores mais significativos: Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro, Almada Negreiros, Florbela Espanca, Aquilino Ribeiro, José Régio, Miguel Jorge, Antônio Botto, Irene Lisboa, Ferreira de Castro, Miguel Torga, Manuel de Fonseca, José Saramago, Lídia de Castro, Antônio Lobo Antunes, Augustina Bessa-Luís, Antônio Gedeão, entre outros.
Todas as Cartas de Amor
Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se
não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu
tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca
escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em
que escrevia
Sem dar por isso
cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)
Álvaro de Campos, 21/10/1935
Referências→ Escola Viva. Programa de Pesquisa e Apoio Escolar. Multimídia Multicolor 2003. Nível Fundamental e Médio. Ensino Global.
Sistema de Ensino IBEP. Apostila Língua Portuguesa. Antônio de Siqueira e Silva• Rafael Bertolin
Pontes, Marta. Minimanual de Redação e Literatura / Marta Pontes - São Paulo: DCL, 2010.
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