quinta-feira, 23 de junho de 2016

Literatura Brasileira - Pré-Modernismo

Literatura Brasileira - Pré-Modernismo

O Pré-Modernismo iniciou-se em 1902 com a publicação de Os Sertões, de Euclides da Cunha e Canaã, de Graça Aranha e terminou em 1922, com a Semana de Arte Moderna. Menos do que uma nova estética literária, ele representou o momento de transição e de preparação para a fase de emancipação da literatura brasileira, o Modernismo. O Pré-Modernismo, que conviveu com o Simbolismo e o Parnasianismo, denunciou os problemas de nossa realidade social e cultural.
Manifestações Artísticas
No Brasil o ecletismo acadêmico (filiação simultânea e várias escolas) vigorou em pintura no período em que se situa entre o esgotamento das propostas iniciadas com a instalação da Academia Imperial e o Modernismo.
Em 1915, Lasar Segall fez a primeira exposição de arte moderna, seguido por Anita Malfatti, que em 1917, expôs seus quadros para mostrar o que aprendera com mestres expressionistas alemães e norte-americanos.
No artigo "Paranoia ou Mistificação"?, Monteiro Lobato criticou violentamente a mostra e provocou enorme polêmica, que seria a fermentação para a Semana de Arte Moderna. 
Na música, compositores brasileiros com formação erudita, como Alberto Nepomuceno, utilizam temas do folclore brasileiro. Na música popular o choro, o maxixe, a modinha e o samba substituem a polca, o tango e a valsa nos salões. São importantes compositores do período Ernesto Nazaré e Chiquinha Gonzaga, autora da primeira marcha carnavalesca, Ô Abre Alas, em 1899.
Características
O Pré-Modernismo oscilou entre:
a) produção conservadora: com características realistas/naturalistas, na prosa, e parnasiano-simbolistas, na poesia;
b) produção inovadora: na prosa, interesses por problemas da época, para denunciar desiquilíbrios sociais. Na prosa, inovação na linguagem, que se aproxima do coloquial e na utilização de tipos humanos marginalizados. Na poesia, Augusto dos Anjos usa palavras antipoéticas, que insultam a sensibilidade parnasiana.
Produção Literária
Euclides da Cunha (1866-1909)
Cunha (Euclides da) ▬ Escritor brasileiro, nasceu em 20 de janeiro de 1866, na cidade de Cantagalo, no estado do Rio de Janeiro. Positivista e republicano. Ao irromper o movimento de Canudos, chefiado por Antônio Conselheiro, Euclides da Cunha foi encarregado pelo jornal "O Estado de S. Paulo" de fazer a cobertura jornalística dos acontecimentos. Chega ao teatro da luta em 1º de Outubro de 1897 e assiste aos últimos dias de combate. Euclides da Cunha praticamente escreveu um livro "Os Sertões", já que todos os outros são coleções de artigos escritos para o jornal. Seu livro, "Os Sertões", é uma obra formidável, uma obra de fôlego e a beleza da obra vem da tragédia da realidade, do contato do homem e a terra. Essa obra ainda fixa um momento importante de nossa evolução literária. Euclides da Cunha morreu assinado no Rio de Janeiro, em 15 de Agosto de 1909. 

Lima Barreto (1881-1922)
Barreto (Lima) ▬ Afonso Henrique de Lima Barreto nasceu no Rio de Janeiro a 13 de Maio de 1881. Começou a escrever em 1904, quando apareceu a primeira versão de "Clara dos Anjos". No ano seguinte, começou a redigir "Recomendações do Escrivão Isaias Caminha" e logo depois, "Vida e Morte de M. J. Gonzaga e Sá", "Triste Fim de Policarpo Quaresma", "Numa e Ninfa", "Histórias e Sonhos" e outras. Lima Barreto faleceu a 1º de Novembro de 1922.

Monteiro Lobato (1882-1948)
Lobato (José Bento Monteiro) ▬ Nasceu no 18 de Abril de 1822, em Taubaté, no estado de São Paulo. A data do seu nascimento é considerada hoje como o Dia Nacional do Livro Infantil. Monteiro Lobato foi antes de tudo, o grande amigo das crianças. Pela obra grandiosa que realizou no setor da literatura infantil, da qual foi a figura mais importante no País, pela sua atuação no campo da indústria e no comércio do livro, pela corajosa campanha empreendida no sentido de dar ao Brasil petróleo e indústria siderúrgica, Monteiro Lobato merece toda a gratidão do povo brasileiro. Apesar de formado em Direito, dedicou-se mais à carreira literária. Sua glória como escritor surgiu ao lançar, em 1918, o seu primeiro livro "Urupês". Em 1921, Lobato penetrou no mundo do "faz-de-conta". A princípio, rabiscou algumas historietas. De repente, saiu de sua mente a maravilhosa saga infantil do Sítio do Pica-pau Amarelo. Jeca Tatu, sua criação, é até hoje o símbolo do caboclo sem cultura e indolente do interior do Brasil. Esse personagem mostra o estado de apatia do caipira, sempre com fundo patalógico. Monteiro Lobato faleceu no dia 04 de Julho de 1948.

Graça Aranha (1868-1931)       
Seu romance Canaã, publicado em 1902, é resultado das observações de uma colônia de imigrantes alemães no Espírito Santo. É ainda um romance de tese que gira em torno de dois alemães que discutem sobre o futuro do país.
Graça Aranha foi o único dos pré-modernistas que participou ativamente da Semana de Arte Moderna, ele proferiu o discurso inaugural no dia 13 de Fevereiro de 1922.

Augusto dos Anjos (1884-1914)
Anjos (Augusto de Carvalho Rodrigues dos) ▬ Poeta brasileiro. Nasceu no engenho do Pau D'arco, no estado da Paraíba, em 20 de Abril de 1884. Formado em Direito pela Faculdade do Recife. Em 1910, Augusto dos Anjos transferiu-se para o Rio de Janeiro. Em 1912 publicou o seu famoso livro "Eu". Augusto dos Anjos faleceu a 14 de Novembro de 1914, na cidade de Leopoldina, Minas Gerais, onde exercia o cargo de promotor e onde foi sepultado.

Pré-Modernismo (1902-1922)
CONTEXTO HISTÓRICO-SOCIAL
Nas duas primeiras décadas do século XX ocorreram várias transformações sociais, resultantes do acentuado processo de urbanização, da vinda de grandes contingentes de imigrantes e do deslocamento ou da marginalização dos antigos escravos.
Surgiram agitações sociais e os primeiros movimentos grevistas em São Paulo, em 1917. Nesse quadro de graves desiquilíbrios sociais, os escritores passaram a expor uma visão crítica dos problemas brasileiros.

PRINCIPAIS AUTORES DO PRÉ-MODERNISMO 
• Euclides da Cunha - em sua obra mais importante, Os Sertões, expõe os problemas do homem do sertão e a existência de vários Brasis ainda não descobertos.
Graça Aranha - em Canaã, exprime sua visão pessimista do homem brasileiro, abordando os problemas dos imigrantes europeus, especialmente dos alemães.
Lima Barreto - sua obra trata de temas como: a cidade do Rio de Janeiro e seus operários, o mulato, os moradores dos subúrbios e das favelas.
Escreveu Recordações do Escrivão Isaías Caminha, Triste Fim de Policarpo Quaresma, Numa e Ninfa e Clara dos Anjos. Este romance aborda um sonho de um patriota exaltado ao mesmo tempo que apresenta uma sátira impiedosa e bem-humorada do Brasil oficial.
Monteiro Lobato - preocupado com o progresso do Brasil, faz reflexões sobre os problemas brasileiros, como a saúde, a instrução, a situação do caboclo, etc. Escreveu dentre muitas obras, Cidades Mortas, Urupês, O escândalo do petróleo. Deixou-nos também uma extensa obra infantil, de natureza moralista, cujos enredos se passam no Sítio do Pica-pau Amarelo.

Outros autores de destaque desse período:
Raul de Leoni
Oliveira Viana
Afonso Arinos
Coelho Neto
Carlos de Laet
Nestor Vítor
Alberto Torres
Valdomiro Silveira
Alcides Maia
Augusto dos Anjos
Farias Brito
João Simões Lopes Neto
Afrânio Peixoto
Hugo de Carvalho Ramos 
Jackson de Figueiredo 

PRÉ-MODERNISMO (1902-1922)
O Pré-Modernismo para muitos críticos, não é considerado um período literário propriamente dito, sendo apenas uma ponte, uma fase de transição entre as escolas parnasiana e simbolista para o Modernismo. Essa constatação se dá pelo fato das autores terem mais diferenças do que semelhanças (o que caracterizaria uma escola ou um período literário) em suas obras, seja nos temas, nas ideologias e em sua linguagem, que oscila entre o simples e o rebuscado, e não se encaixavam também dentro da produção parnasiana ou simbolista. Em comum, os pré-modernistas teriam preocupação com a denúncia das mazelas do nosso país.
No período pré-modernista, historicamente, muita coisa acontecia: a instalação e consolidação do regime republicano com a República da Espada (1889-1894); a República Café-com-Leite; a vinda de imigrantes, especialmente italianos, para substituir a mão de obra escrava nas lavouras de café, a urbanização de São Paulo; na Bahia ocorreu a Revolta de Canudos; em Pernambuco, aparecem os cangaceiros de Lampião; no Rio de Janeiro, a Revolta da Vacina e a Revolta da Chibata. Os pré-modernistas denunciavam os problemas sociais e apontavam esses vários "Brasis" dentro de um só.
As duas obras iniciais do Pré-Modernismo foram Os Sertões, de Euclides da Cunha e Canaã, de Graça Aranha, ambas publicas em 1902. Os principais autores do Pré-Modernismo na prosa são Euclides da Cunha, Graça Aranha, Monteiro Lobato e Lima Barreto. Na poesia, temos a figura de Augusto dos Anjos. 



 Monteiro Lobato, no seu dia 18 de Abril, é comemorado o Dia Nacional do Livro Infantil.



Referências→ Escola Viva. Programa de Pesquisa e Apoio Escolar. O Tesouro do Estudante. Multimídia Multicolor 2003. Nível Fundamental e Médio. Ensino Global.
Sistema de Ensino IBEP. Apostila Língua Portuguesa. Antônio de Siqueira e Silva• Rafael Bertolin
Pontes Marta. Minimanual de Redação e Literatura / Marta Pontes - São Paulo: DCL, 2010.





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