Literatura Portuguesa - Trovadorismo
Trovadorismo (1189 – 1418) É o primeiro movimento literário da língua portuguesa, por meios quatro diferentes tipos de cantigas: Cantigas de amor, de Amigo, de Escárnio e de Maldizer. As cantigas do trovadorismo eram carregadas de valores típicos de Idade Média.Era Medieval
Trovadorismo: é considerado como os primórdios da literatura portuguesa, pois dele surgiram as primeiras manifestações literárias. As cantigas são os principais registros da época, tradicionalmente divididas em cantigas de amor, de amigo, escárnio e maldizer, representadas por nomes como Dom Duarte, Dom Dinis, Paio Soares de Taveirós, João Garcia de Guilhade, Aires Nunes, entre outros.
“Pois naci nunca vi Amor
E ouço del sempre falar;
Pero sei que me quer matar,
Mais rogarei a mia senhor:
Que me mostr' aquel matador,
Ou que m'ampare del melhor (...)”.
(Nuno Fernandes Torneol - fragmento)
A
história da Literatura foi dividida em 4 Eras, metodologicamente aplicadas:
Medieval / Clássica / Românica / Contemporânea
E
subdividida em grandes movimentos, escolas e estilos de época.
• A divisão por escolas
literárias portuguesas foi um recurso metodológico para a análise de poetas com
tendências e estilos.
Trovadorismo - Poesia
Início da literatura portuguesa, o Trovadorismo foi do século XII ao século XV. Tem sua origem em Provença, próspera região no sul da França. A literatura desenvolvida nessa região era ingênua, sentimental, oscilando entre o lamento amoroso e o satírico. As criações literárias desse período eram chamadas de cantigas, por aliarem a poesia à música. Surgem nesse período alguns representantes da poesia transversal como: os trovadores (que na maioria das vezes são nobres que faziam trovas - poemas com duas ou mais estrofes - mas não as executavam em público, preservando a sua condição elevada), os segréis (trovadores profissionais, pagos para compor seus trabalhos) e os jograis (declamadores de trovas alheias, mas que não compunham). As cantigas se dividem em:
Cantigas de amigo - composições feitas por homens, mas representando um eu lírico feminino. A angustia feminina da solidão era sempre tema. Os poetas retratavam a mulher do povo, a mulher que queria se casar, queixando-se à própria mãe, a uma amiga ou a natureza da ausência e da saudade que sentiam do amigo (lê-se namorado) o qual partiu para a guerra para combater um inimigo. As cantigas de amigo eram apresentadas em várias formas: as albas (que saudavam o sol), as serenas (que louvavam o poente), as barcarolas (que louvavam o mar), as bailias ou bailadas (que eram próprias para as danças) e as romarias (que eram para comemorações religiosas).
Cantigas de amor - de origem provençal, retratam a vida na corte, feitas de forma requintada e com linguagem mais elevada, culta. Com um eu lírico masculino, centra-se na coita amorosa, ou seja, o sofrimento de um rapaz pelo amor não correspondido de uma mulher, tratada com veneração.
Cantigas de Maldizer - criticam alguém abertamente, com vocabulário vulgar, chulo e erótico. Os alvos das críticas sempre são os nobres decadentes, as mulheres feias e adulteras.
Cantigas de Escárnio - criticam indiretamente, de forma irônica, cheia de jogos de linguagem, ironias e ambiguidades. Tudo fica subentendido, com discrição.
Prosa
As primeiras portuguesas em prosa não se destacam tanto quanto as cantigas. São elas:
• Hagiografias - relato da vida e dos milagres dos santos católicos.
• Nobiliários - relatam casamentos e nascimentos dos fidalgos.
• Cronicões - cronicas da vida na corte.
• Novelas de Cavalaria - Histórias de batalhas e grandes feitos heróicos. Comuns e populares em toda a Europa, que obedecem a ciclos, de acordo com a temática central de cada uma. Os ciclos eram divididos em:
a ) Ciclo bretão ou arturiano - histórias do Rei Arthur e dos cavaleiros da Távola Redonda. A obra mais conhecida desse ciclo é A demanda do Santo Graal.
b) Ciclo grego-latino - histórias da mitologia e heróis da Grécia Antiga como Zeus, Apolo e a Guerra de Tróia.
c ) Ciclo carolíngio - conta as histórias de Carlos Magno e os Doze Pares de França.
Obs.: A novela de cavalaria mais popular de todas, curiosamente não faz parte de nenhum desses ciclos, Amadis de Gaula, de autor desconhecido conta a história de Amadis e Oriana.
Trovadorismo
Idade
Média.
• Período Histórico: Meados do
Séc. XII – Sociedade Feudal:
1) Nobres Feudais: cavaleiros duques, condes, viscondes e senhores feudais;
2) Camponeses e
artesãos;
3) Clero – Igreja.
Trovadorismo -
Ambiente Palaciano – amor feudal, cavalheiro, religião (o pecado), trovador
(nobre e culto-escritor), jogral (bobos da corte), segrel (compositores),
menestrel (músico da corte).
E subdividida em grandes movimentos, escolas e estilos de época.
• A divisão por escolas literárias portuguesas foi um recurso metodológico para a análise de poetas com tendências e estilos.
Trovadorismo - Poesia
Início da literatura portuguesa, o Trovadorismo foi do século XII ao século XV. Tem sua origem em Provença, próspera região no sul da França. A literatura desenvolvida nessa região era ingênua, sentimental, oscilando entre o lamento amoroso e o satírico. As criações literárias desse período eram chamadas de cantigas, por aliarem a poesia à música. Surgem nesse período alguns representantes da poesia transversal como: os trovadores (que na maioria das vezes são nobres que faziam trovas - poemas com duas ou mais estrofes - mas não as executavam em público, preservando a sua condição elevada), os segréis (trovadores profissionais, pagos para compor seus trabalhos) e os jograis (declamadores de trovas alheias, mas que não compunham). As cantigas se dividem em:
Cantigas de amigo - composições feitas por homens, mas representando um eu lírico feminino. A angustia feminina da solidão era sempre tema. Os poetas retratavam a mulher do povo, a mulher que queria se casar, queixando-se à própria mãe, a uma amiga ou a natureza da ausência e da saudade que sentiam do amigo (lê-se namorado) o qual partiu para a guerra para combater um inimigo. As cantigas de amigo eram apresentadas em várias formas: as albas (que saudavam o sol), as serenas (que louvavam o poente), as barcarolas (que louvavam o mar), as bailias ou bailadas (que eram próprias para as danças) e as romarias (que eram para comemorações religiosas).
Cantigas de amor - de origem provençal, retratam a vida na corte, feitas de forma requintada e com linguagem mais elevada, culta. Com um eu lírico masculino, centra-se na coita amorosa, ou seja, o sofrimento de um rapaz pelo amor não correspondido de uma mulher, tratada com veneração.
Cantigas de Maldizer - criticam alguém abertamente, com vocabulário vulgar, chulo e erótico. Os alvos das críticas sempre são os nobres decadentes, as mulheres feias e adulteras.
Cantigas de Escárnio - criticam indiretamente, de forma irônica, cheia de jogos de linguagem, ironias e ambiguidades. Tudo fica subentendido, com discrição.
Prosa
As primeiras portuguesas em prosa não se destacam tanto quanto as cantigas. São elas:
• Hagiografias - relato da vida e dos milagres dos santos católicos.
• Nobiliários - relatam casamentos e nascimentos dos fidalgos.
• Cronicões - cronicas da vida na corte.
• Novelas de Cavalaria - Histórias de batalhas e grandes feitos heróicos. Comuns e populares em toda a Europa, que obedecem a ciclos, de acordo com a temática central de cada uma. Os ciclos eram divididos em:
a ) Ciclo bretão ou arturiano - histórias do Rei Arthur e dos cavaleiros da Távola Redonda. A obra mais conhecida desse ciclo é A demanda do Santo Graal.
b) Ciclo grego-latino - histórias da mitologia e heróis da Grécia Antiga como Zeus, Apolo e a Guerra de Tróia.
c ) Ciclo carolíngio - conta as histórias de Carlos Magno e os Doze Pares de França.
Obs.: A novela de cavalaria mais popular de todas, curiosamente não faz parte de nenhum desses ciclos, Amadis de Gaula, de autor desconhecido conta a história de Amadis e Oriana.
• Período Histórico: Meados do Séc. XII – Sociedade Feudal:
1) Nobres Feudais: cavaleiros duques, condes, viscondes e senhores feudais;
Trovadorismo - Ambiente Palaciano – amor feudal, cavalheiro, religião (o pecado), trovador (nobre e culto-escritor), jogral (bobos da corte), segrel (compositores), menestrel (músico da corte).
Trovadorismo
• 1º Movimento
Literário da Língua Portuguesa.
• Literatura Medieval: cantigas e crônicas (ou cronicões).
• Quatro tipos de cantigas, duas líricas (de amor e de amigo) e duas satíricas (de escárnio e de maldizer).
• Novelas de Cavalaria, aventuras dos heróis trovadorescos.
O Cancioneiro da
Ajuda
Com 310 cantigas, quase todas de amor.
Esse é o mais velho cancioneiro, reunido no reinado de D.Afonso III. É o único
que remota a época trovadoresca.
O Cancioneiro da Vaticana
Com 1.205 cantigas de variados
autores, mas todas com as quatro modalidades (amor, amigo, escárnio e
maldizer), incluindo 138 cantigas de D. Diniz, que era considerado o
Rei-Trovador.
Cancioneiro da
biblioteca nacional
de Lisboa
Com 1.647 cantigas de todas as
modalidades. O Cancioneiro também é chamado de Calocci-Brancutti em
homenagem aos seus dois possuidores italianos.
Cantiga de Amor
CARACTERÍSTICAS
Amor
cortês. h/m. Eu
lírico masculino.
Corte/palácio/realeza.
Condição social superior.
Poesia musicada
Confissão amorosa
Amor idealizado
Coita d´amor
Texto
II – Cantiga da Ribeirinha,
de
Paio Soares de Taveirós
1 - No mundo non me sei parelha,
2- Mentre me for como me vai,
3- Cá já moiro por vós, e – ai!
4- Mia senhor
5- Queredes que vos
6- Quando vos eu vi em saya!
7- Mau dia me levantei,
8- Que vos enton non vi fea!
9- E, mia senhor, desdaqueldi, ai!
10- Me foi a mi mui mal,
11- E vós, filha de don Paai
12- Moniz, e bem vos
13- Dhaver eu por vós guarvaia,
14- Pois eu, mia senhor, dalfaia
15- Nunca de vós houve nem hei
16- Valia dua correa.
Cantiga de Amigo
CARACTERÍSTICAS
Eu lírico feminino. m/h.
Meio Rural, natureza
Classe social do povo
Poesia musicada
Declaração de amor
Amor
real - separação
Ondas do mar de Vigo
Se vires meu namorado!
Por Deus, (digam) se virá cedo!
Ondas do mar revolto,
Se vires o meu namorado!
Por Deus, (digam) se virá cedo!
Se vires meu namorado,
Aquele por quem eu suspiro!
Por Deus, (digam) se virá cedo!
Se vires meu namorado
Por quem tenho grande temor!
Por Deus, (digam) se virá cedo!
Cantiga de Escárnio
CARACTERÍSTICAS
Satírica indireta
Sarcasmo e ironia implícita
A pessoa satirizada não é identificada
Linguagem Sutíl e ambígua
Critica
Vícios e Costumes
Roi queimado morreu con amor
Em seus cantares por Sancta Maria
por ua dona que gran bem queria
e por se meter por mais trovador
porque lhela non quis [o] benfazer
fez-sel en seus cantares morrer
mas ressurgiu depois ao tercer dia!…
Cantiga de Maldizer
CARACTERÍSTICAS
Sátira
direta
Sarcasmo
e ironia explícitos e
agressivos
A
pessoa satirizada é identificada
Linguagem
Objetiva
Ai, dona fea, foste-vos
queixar que vos nunca louv[o] em meu cantar;
mais ora quero fazer um cantar em que vos loarei
toda via;
e vedes como vos quero loar: dona fea, velha e sandia!…
Prosa - Canções de Gesta
• Textos
narrativos – novelas de cavalaria
• “Canções
de Gesta” – Século XIII.
• Ciclos
: Bretão (arturiano), Carolíngio e
Clássico.
• “A
Demanda do Santo Graal”.
Referências→ Literaturas de Língua Portuguesa. Trovadorismo ao Modernismo
Portal Educação - As Escolas Literárias do Brasil e de Portugal
Brasil Escola. Literatura Portuguesa - Era Medieval, Trovadorismo
Pontes, Marta. Minimanual de redação e literatura / Marta Pontes - São Paulo: DCL, 2010.
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