Período Composto por Coodenação e Subordinação
Atente para os dois tipos de período composto:
1. Abriu caminho aos tropeços, precipitou-se até o carro e saiu a toda.
2. pegando tudo que podia.
No primeiro caso, as orações estão simplesmente justapostas, uma não depende da outra. Por serem independentes e possuirem a mesma estrutura, podermos até separá-las uma da outra por pontos. Verifique: Abriu caminho aos tropeços. Precipitou-se até o carro. Saiu a toda.
No período composto por coordenação as orações são independentes. Ou seja, para completar o sentido das orações cada uma delas não fica pendente da outra.
Observamos agora o exemplo 2: o que acontecerá se colocarmos um ponto final após a primeira oração?
Foi pegando tudo .O que podia.
↓ ↓
1ª oração 2ª oração
Verificamos que a 1ª oração continuou com sentido, mas a 2ª ficou perdida, solta, sem nexo, incompleta. Isso porque a 2ª oração se apoia na 1ª, depende da 1ª. É uma oração independente. Trata-se de um período composto por subordinação porque há oração subordinada, isto é, dependente.
Subordinadas são orações dependentes de uma outra principal.
Período Composto Por Coodenação
• Orações coordenadas assindéticas
O salário mínimo sobe, tudo aumenta.
↓
a vírgula separa
as duas orações
O salário mínimo sobe, tudo aumenta.
↓ ↓
oração oração
coordenada coordenada
assindética assindética
Orações coordenadas assindéticas são separadas por: vírgula (,), ponto-e-vírgula (;) e dois pontos (:).
• Orações Coordenadas Sindéticas
Pagou a conta e saiu.
↓
a conjunção e liga
as duas orações
Pagou a conta │ e saiu.
↓ ↓
oração oração
coodenada coordenada
assindética sindética
Orações coordenadas sindéticas são ligadas por conjunções coordenativas: e, mas, porém, ou, logo, porque, etc.
Classificação das orações coordenadas sindéticas
De acordo com o sentido da conjunção que une as orações coordenadas, temos a seguinte classificação.
1. Aditivas:
Pagou e saiu.
A conjunção e dá ideia de adição, de soma, de acréscimo; por isso, a 2ª oração e saiu é uma coordenada sindética aditiva.
São conjunções coordenativas aditivas: e, nem, mas também...
Normalmente indicam fatos, acontecimentos ou pensamentos dispostos em sequência. As conjunções coordenativas aditivas típicas são "e" e "nem" (= e + não). Introduzem as orações coordenadas sindéticas aditivas.
Por Exemplo:
Discutimos várias propostas e analisamos possíveis soluções.
As orações sindéticas aditivas podem também estar ligadas pelas locuções não só... mas (também), tanto...como, e semelhantes. Essas estruturas costumam ser usadas quando se pretende enfatizar o conteúdo da segunda oração. Veja:
Chico Buarque não só canta, mas também (ou como também) compõe muito bem.
Não só provocaram graves problemas, mas (também) abandonaram os projetos de reestruturação social do país.
Obs.: como a conjunção "nem" tem o valor da expressão "e não", condena-se na língua culta a forma "e nem" para introduzir orações aditivas.
Por Exemplo:
Não discutimos várias propostas, nem (= e não) analisamos quaisquer soluções.
2. Adversativas:
Tomou o remédio, mas não sarou.
A conjunção mas apresenta uma ideia de adversidade, de oposição, de ressalva; por isso, a 2ª oração mas não sarou é uma coordenada sindética adversativa.
São conjunções coodenativas adversativas: mas, porém, todavia, contudo...
Exprimem fatos ou conceitos que se opõem ao que se declara na oração coordenada anterior, estabelecendo contraste ou compensação. "Mas" é a conjunção adversativa típica. Além dela, empregam-se: porém, contudo, todavia, entretanto e as locuções no entanto, não obstante, nada obstante. Introduzem as orações coordenadas sindéticas adversativas.
Veja os exemplos:
"O amor é difícil, mas pode luzir em qualquer ponto da cidade." (Ferreira Gullar)
O país é extremamente rico; o povo, porém, vive em profunda miséria.
Tens razão, contudo controle-se.
Renata gostava de cantar, todavia não agradava.
O time jogou muito bem, entretanto não conseguiu a vitória.
Saiba que:
- Algumas vezes, a adversidade pode ser introduzida pela conjunção "e". Isso ocorre normalmente em orações coordenadas que possuem sujeitos diferentes.
Por Exemplo:
Deus cura, e o médico manda a conta.
Nesse ditado popular, é clara a intenção de se criar um contraste. Observe que equivale a uma frase do tipo: "Quem cura é Deus, mas é o médico quem cobra a conta!"
- A conjunção "mas" pode aparecer com valor aditivo.
Por Exemplo:
Camila era uma menina estudiosa, mas principalmente esperta.
Neste caso, só é substituir o mas pela conjunção e que a ideia de adição fica igual. Veja:
Camila era uma menina estudiosa e principalmente esperta.
3. Alternativas:
Fico ou abondono tudo.
A conjunção ou da uma ideia de alternativa, alternância (ou uma coisa ou outra); por isso a 2ª oração ou abondo tudo é uma coordenada sindética alternativa.
São conjunções coordenativas alternativas: ou, ou... ou, ora... ora, quer... quer.
Expressam ideia de alternância de fatos ou escolha. Normalmente é usada a conjunção "ou". Além dela, empregam-se também os pares: ora... ora, já... já, quer... quer, seja... seja, etc. Introduzem as orações coordenadas sindéticas alternativas.
Exemplos:
Diga agora ou cale-se para sempre.
Ora age com calma, ora trata a todos com muita aspereza.
Estarei lá, quer você permita, quer você não permita.
Obs.: nesse último caso, o par "quer...quer" está coordenando entre si duas orações que, na verdade, expressam concessão em relação a "Estarei lá". É como disséssemos: "Embora você não permita, estarei lá".
4. Conclusivas:
Não tenho dinheiro, por isso não posso pagá-lo.
A conjunção por isso dá uma ideia de conclusão, de dedução; por esse motivo, a 2ª oração por isso não posso pagá-lo é coordenada sindética conclusiva. São conjunções coodernativas conclusivas: por isso, logo, portanto...
Exprimem conclusão ou consequência referentes à oração anterior. As conjunções típicas são: logo, portanto e pois (posposto ao verbo). Usa-se ainda: então, assim, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso, etc. Introduzem as orações coordenadas sindéticas conclusivas.
Exemplos:
Não tenho dinheiro, portanto não posso pagar.
A situação econômica é delicada; devemos, pois, agir cuidadosamente.
O time venceu, por isso está classificado.
Aquela substância é toxica, logo deve ser manuseada cautelosamente.
5. Explicativas:
Não vá lá porque é perigoso.
A conjunção porque introduz um motivo, uma explicação, uma justificativa; por esse motivo a 2ª oração porque é perigoso é uma coordenada sindética explicativa.São conjunções coordenadas sindéticas explicativas: porque, que, pois, portanto...
Indicam uma justificativa ou uma explicação referente ao fato expresso na declaração anterior. As conjunções que merecem destaque são: que, porque e pois (obrigatoriamente anteposto ao verbo). Introduzem as orações coordenadas sindéticas explicativas.
Exemplos:
Vou embora, que cansei de esperá-lo.
Vinícius devia estar cansado, porque estudou o dia inteiro.
Cumprimente-o, pois hoje é o seu aniversário.
Atenção:
Cuidado para não confundir as orações coordenadas explicativas com as subordinadas adverbiais causais. Observe a diferença entre elas:
- Orações Coordenadas Explicativas: caracterizam-se por fornecer um motivo, explicando a oração anterior.
Por Exemplo:
A criança devia estar doente, porque chorava muito. (O choro da criança não poderia ser a causa de sua doença.)
- Orações Subordinadas Adverbiais Causais: exprimem a causa do fato.
Por Exemplo:
Henrique está triste porque perdeu seu emprego. (A perda do emprego é a causa da tristeza de Henrique.)
Note-se também que há pausa (vírgula, na escrita) entre a oração explicativa e a precedente e que esta é, muitas vezes, imperativa, o que não acontece com a oração adverbial causal.
Referências→ Sistema de Ensino IBEP. Apostila Língua Portuguesa. Antônio de Siqueira e Silva• Rafael Bertolin
Só Português- Classificação das Orações Coordenadas Sindéticas http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint26.php
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